quinta-feira, 28 de abril de 2011

II Concurso Literário

Trabalhos premiados

Tema: O meu mundo....

12º Ano

1º Prémio - Carina Wiesner

O meu mundo és tu. Eu existo em ti. Nada mais. As tuas serras lançam vastas sombras sobre os pastos verdejantes, humedecidos pelo orvalho, suor frio, único indício da intensidade da noite que passou. O sol nasce e os teus vales iluminam-se como as nossas almas o fazem de manhã, quando nos vemos de novo, com a saudade que cresceu durante o sono. Cega pela ânsia e o desejo, passo horas a ler em Braille o relevo do teu corpo. A tua filosofia seduz-me, a tua geografia fascina-me. Contas-me histórias do passado. Sou exploradora e deixo o meu padrão nas terras que te vou conquistando, como o faziam os insignes Lusitanos no tempo do Desejado. Nessa altura havia sonhos, loucuras. Agora só eu e tu as conhecemos realmente, essa bravura dos povos que outrora domaram o mundo. A aventura leva-me até às tuas terras do equador. Calor, calma. Mas nada fazia prever as tempestades tropicais que se escondiam por detrás deste paraíso exótico do teu sul. Agarro-me, mas o vento forte subjuga-me e deita-me ao chão e a chuva morna abate-se sobre mim. Procuro refúgio no teu árctico para deixar curar as chagas provocadas pelas intempéries do teu ser e o êxtase apodera-se de mim. Sim, a mais bela das auroras austrais. Um espectáculo de luz e cor com a noite bordada a diamantes luxuosos como pano de fundo. Dançam ao sabor do vento escuro, como eu e tu, nas noites infindáveis de primavera. Dizem que as melhores auroras se dão na altura dos equinócios. O cansaço e o frio posterior fazem-me vaguear para uma qualquer ilha do teu pacífico onde me deixo estar. Paz. O sol acaricia-me a pele e aquece-me. Os teus olhos queimam-me à medida que percorrem cada centímetro de mim.
Sim, dei a volta ao meu mundo em oitenta minutos, sem ter de vagar o lugar ao teu lado que arde com o calor do meu corpo encostado ao teu. Mais uma noite de sol nascente. Mais um safari pelos teus continentes. Sempre gostei de viajar.

2º Prémio – Vasco Alexandre
Como estrelas cadentes numa noite de Verão, o meu mundo é-me perfeito. Tem tudo aquilo que eu preciso, que eu quero, que eu aprecio, que eu comando.
O único sítio onde eu me consigo sentir eu, sem ter que fingir uma expressão ou uma palavra, sem ter que parecer algo que não sou nem ter que agradar a ninguém. Ajo de maneira primitiva e instintiva, só assim vivo verdadeiramente o meu mundo. Só assim sou eu, o Vasco, não o Renegade.
Lá fora, no exterior, tenho de andar com a máscara esforço posta, tenho que parecer aquilo que os outros querem ver, ou sou excluído. Existe falta de aceitação e de compreensão fora do meu mundo. É solitário o núcleo da multidão. É como na selva, os fortes sobrevivem e os fracos são devorados, haverá uma maior verdade?
O meu mundo está repleto de mudanças e contradições, como se não fosse conexo nem real. Mas é. É o que tenho de mais poderoso e sincero neste momento, é o meu melhor amigo. Foi lá que me refugiei nos piores momentos da minha vida, foi lá que chorei de alegria nos melhores momentos da minha vida. Foi lá que ganhei forças quando a fraqueza marcava pontos, foi lá que armazenei o que de melhor tive e tenho, foi lá que consegui derrotar a realidade dos verdadeiros problemas. Nele guardo rancor e mágoa, assim como guardo felicidade e entusiasmo. Tudo o que marcou diferença em mim, marcou presença no meu mundo.
Ele não é composto de palavras bonitas, é feito de sentimentos verdadeiros, pois parece que tudo o que faço, escrevo, falo, é feito, escrito e falado com o coração. Esteja nele ou no exterior com a máscara esforço posta, sou eu quem sobressai no fim. Seja para o bem ou para o mal, é a mim que vêem, a minha verdadeira essência, o rapaz que não gosta do que a vida lhe deu e que aguarda calmamente o seu destino. Esse sou eu no meu mundo. Sou aquele que vê tudo em seu redor de olhos arregalados à espera do próximo acontecimento, quer seja bom, quer seja mau.
Não há outra maneira de dizer que tudo o que faz parte do meu mundo foi o que me formou como indivíduo. Não se pode negar toda a negatividade patente na minha formação. É um cliché dizer que sofro muito e que sou um coitadinho, é mentira. Sofro tanto ou menos que as pessoas do exterior. Elas simplesmente não compreendem. Obviamente existem excepções, mas as pessoas não compreendem o que se passa para lá do mundo delas. Será que eu compreendo o que se passa para lá do meu? Eu tento. Foi o que o meu mundo me ensinou. Para eu ser especial, eu tenho que ser igual a todos os outros.
São palavras que não são elaboradas, são apenas palavras. Palavras que para mim têm o peso e a importância do mundo, pois são elas que o representam. São palavras que me representam também, independentemente de passarem uma imagem boa ou uma imagem má. São palavras sentidas e vindas directamente do meu coração, directamente do meu mundo.

3º Prémio - Pedro Alves

Por este mundo fora, existem reis, presidentes, ministros, chefes de Estado homens que, com toda a força das suas palavras se designam por “senhores do mundo”. São os líderes mundiais, são aqueles que mais poderes têm nas suas pequenas e insignificantes mãos, mas tão pouco fazem para o demonstrar da forma mais correcta. Todos eles afirmam controlarem o Mundo, ou pelo menos gostariam.
Eu próprio já controlei o meu “mundo”, ou pelo menos assim o pensei. Cresci num ambiente suburbano, vivia com dificuldades (o que não me dava o direito de fazer as coisas que fiz, mas a inconsciência da juventude e a pressa da conquista de bens supérfluos falava mais alto). Optei por um caminho marginal, entrei num mundo negro, um mundo sujo, um mundo cheio de pessoas imundas e sem escrúpulos, um mundo em que o amanhã é incerto, em que de um momento para o outro o nosso melhor amigo pode ser o pior inimigo, um mundo em que os nossos olhos não podem observar apenas uma direcção. Esse mundo de que falo, trouxe-me a desconfiança, a incerteza, a inabilidade de distinguir o certo do errado, tirou-me o poder de decisão e tornou-me numa sombra da minha própria imagem. O mundo que outrora pensei controlar, não estava nas minhas competências, essas aliás deixaram de existir, competências (riso irónico)…nenhuma sombra tem competências, ainda para mais uma sombra que vagueia à procura de um corpo que possa seguir, um corpo que sustente este vício de tal forma cruel e repugnante, que nos segundos em que me consigo olhar, só desejo voltar a ser sombra.
Repugna-me saber que já fui “isto”, pois outro nome não lhe posso dar, já não o sou há alguns meses mas infelizmente o corpo já não aguenta, e mais cedo ou mais tarde, a insaciável vontade de obscuridade vai voltar. Não sei se terei o que a carne me irá pedir, mas espero ter, pois pior do que alimentar este cruel destino sem fim, é vivenciar cada segundo deplorável do meu sucumbo aos prazeres torturadores do diabo, esse desgraçado que com os seus olhos vermelhos reluzentes, fitando-me dentro da minha cabeça me tormenta com um riso provocador, enquanto assiste ao meu desespero físico e mental. Esperneio, suo-o, choro e grito, pelo pecado que ele próprio me fez cometer. Mas a culpa não é dele, da emblemática figura a quem os que optam pelo destino errado chamam de diabo, ele não passa de um sentido figurado e de uma desculpa fácil para um mal maior. Um mal que me faz pensar no que poderia ter sido mas não fui, um mal que me faz querer sentir tudo aquilo que não senti como o vento, o mar, a areia, todas aquelas “pequenas insignificâncias”, que todos sentimos, sem nunca verdadeiramente as sentir. Um banho no mar, uma brincadeira na areia, uma simples brisa no rosto, todas estas ditas “pequenas insignificâncias”, fazem-me falta.
Agora, onde estou, a brisa que me chega não é a mesma, não “cheira” a liberdade, o mar que outrora me poderia ter feito feliz, está a poucos quilómetros de distância, mas ainda assim continua inalcançável, a areia que em miúdo me permitia ser dono de um mundo de castelos arenosos, nunca mais me vai chegar sequer, à extremidade do dedo mindinho.
Quis tanto controlar um “mundo”, que acabei por nem sequer guiar o meu, deixei-o desgovernado. Agora estou aqui, preso numa cela onde a luz do dia entra com irónicas falhas, as mesmas que talvez aqui me trouxeram à vida de clausura, sem liberdade, onde todos os meus dias têm sido iguais. Pensar, comer, dormir, caminhar durante novecentos metros quadrados de trabalhos forçados aos quais também estou destinado.
Perpetuamente, este será o MEU MUNDO!

11º Ano

1º Prémio - Jorge Cardoso

O meu mundo,
A minha realidade
Sou eu que os crio…
Partilho o meu mundo,
Cruzo a minha realidade
Com os outros
Que passam por mim
E não me olham,
Nem me falam!
O meu mundo é este
E aquele…
É o meu mundo, o teu
E o de toda a gente.
O meu mundo
É aquele em que vivo
Mas também aquele que crio,
Que invento, só para mim!
E não o partilho, é só meu!

O meu mundo cai e levanta-se
Todos os dias, semanas, meses, anos
Para existir e simplesmente ser
Porque quer e não quer
Porque deve e não deve
Porque sim e porque não?
Caminhos desconhecidos e incertos
Um mundo feito e desfeito
Talvez um meio termo entre os dois
Um mundo que anseia por mais
Ou por menos, por algo, por alguém
O meu Mundo!

2º Prémio - Cloe Jaqueline Mattos

Diz, ameaça, rasga com ódio as palavras que trazes no peito; ao fim do dia, sabes que nada vai estar melhor, haverá apenas novos insultos para me lançares à cara. Se conseguires resistir á tentação, vais levar adiante, com todo esse fulgor que brota do teu peito, e vais de encontro a este, o local onde o sol nasce e faz florescer novas vidas, vais acocorar-te sob a temperatura confortável e esperar que, mais tarde ou mais cedo, venha uma simples brisa que leve de arrasto tudo o que ficou por dizer.
Respira, ergue-te, grita a prantos que tudo está errado e que as coisas nunca parecem mudar, que o mundo te voltou as costas e que estás lá no poço. Meu amor, o mundo é redondo, como tal, não te vira as costas, apenas te dá a conhecer uma outra face de si.
Esquece o que de mau aconteceu, avalia situações, escreve sem noção das horas, de forma tal que a fúria te leve a compor sem sentido, com palavras figuradamente unidas em tom de pecado para que te inebriem com os mais cortejadores elogios de carta carmim, palavras e cor com som de ciúme.
Abastece o teu coração, revolta-te, vai em busca da felicidade, não desistas de quem és, acaba o dia e pousa a cabeça na almofada, sente aquele cheiro que sabes ser de foro conhecido, abraça a voluptuosidade desse ser que está a qualquer hora do dia pronto para ser amarrotado nos teus braços.
Duvida do mundo que possuis, ele é teu, e apenas tu podes desafiar o teu ego numa competição bipolar de meditação. Provoca burburinho no teu próprio cérebro, causa choques nos teus neurónios, salta, corre, respira… pára. Olha em frente, tu és eu, e esse mundo, que tanto provoca asco, é meu.

3º Prémio -  Ana Catarina Lopes

O meu mundo desmoronou-se… Parece que caí de um penhasco quando tiros me penetraram o coração, as pedras das palavras abriram brutalmente lanhos profundos nos tecidos do meu corpo, fazendo-me perder o sangue que enfraquece o mecanismo, o pulsar do coração já quase morto, a respiração lenta.
E ali sozinha, fraca, encontrei-me. Um suspiro de dor, um suspiro de angústia escapam-se a cada respirar ofegante.
Fecho os olhos, o filme da vida decorre entre aquela escuridão, sinto, reflicto!
Vejo, vejo um mundo duplo tornado num mundo sombrio, vazio, agora encontro-me só e apenas. As lágrimas caíram, os sons árduos do desespero estremeceram-me mas uma luz incendiou a rota, o destino que devia seguir.
A realidade, o mundo real, o horizonte estava mesmo à minha frente. Tentei seguir a luz, não tinha forças, estava a alucinar, que descrição perfeita! Não sou uma guerreira, uma heroína, não o sou, simplesmente preciso de ti. Chegaste, deste-me a mão, elevaste-me ao infinito, construíste de novo o nosso mundo.
Um cenário perfeito, o mundo é pequeno, o nosso é de nós os dois. O rio corre para o mar e em frente é o caminho, os meus pés foram realizados para andar neste caminho a teu lado.

10º Ano

1º Prémio -  Sofia Ramos

O meu mundo é um lugar onde me refugio quando quero fugir do mundo real em que toda a gente vive.
Aqui eu sou livre de escolher o meu destino, sou livre para sonhar com um mundo sem maldade e ódio.
Nem tudo é perfeito aqui, e muito menos eu, mas sei que qualquer que seja o caminho que escolha no final eu vou vencer e ser feliz. Quando esse final chegar eu vou poder ter o meu príncipe encantado, todos me vão admirar, e eu vou ser rainha neste mundo que nunca foi realmente meu. Mas esse final ainda não chegou e eu vou vivendo um verdadeiro pesadelo, e mesmo aqui eu quero fugir e tento sonhar. Vivo no escuro, carregando um fardo demasiado pesado para mim, mas mesmo assim não desisto, pois ainda consigo sonhar. Eu podia simplesmente ter tentado não carregar tal fardo sozinha, mas como sei, ainda não reino aqui, e por isso tudo está contra mim. Tudo aqui me faz tropeçar no meu caminho, mas eu levanto-me como sempre e contínuo em frente. Já falei que vou ser feliz quando o fim chegar, mas às vezes tenho dúvidas. Tudo isto de que falei são apenas suposições, não sei como isto irá acabar. Será que o meu destino não é mesmo ficar aqui sozinha? Talvez sim, talvez não. Ninguém sabe, nem eu, nem Deus. Esse que me abandonou, e me fez fugir do mundo, ele deixou-me quando eu mais precisava, foi por causa dele que eu criei este mundo. Aqui ele não se vai intrometer, eu não deixo que ele use e abuse de mim à vontade. Agora já chega, o único deus que aqui vai existir sou eu.
Tantas dificuldades encontro por aqui, e sempre consigo encontrar algo que me ajuda e faz continuar. Mas a maior dificuldade aqui sou eu, sou eu quem não me deixa vencer finalmente. Afinal este é o meu mundo, e se tudo está contra mim é porque eu talvez esteja contra mim mesma.
Este mundo reflecte quem sou, o que sou. O escuro, a magia que se sente no ar e em tudo, o ódio e tanta maldade, tudo isto e ainda mais, é como sou.
Toda a minha vida tentei arranjar explicações para eu ser assim, e depois de tanto pensar, reparei que não tinha resposta para nenhuma das perguntas que coloquei a mim mesma. Apenas a uma pergunta consigo responder, o porquê de eu ficar aqui em vez de ir ter com os outros mundos por aí fora. Entre viver na incerteza de um mundo que eu sempre detestei, em vez de viver sozinha num lugar de milhões de pessoas e entre viver. Eu escolho viver na solidão, num sítio onde sei que escuso de olhar em volta à procura de alguém para abraçar, estou sozinha, só conto comigo, e vivo a morte a cada segundo que passa com a emoção que só a morte me pode dar. Escolho um sítio onde a morte é rainha, e eu sou sua serva, para que um dia ela me dê o seu trono, e eu cumpra o propósito com que nasci, reinar entre os mortos, encaminhar aqueles que ficam entre a vida e a morte. E finalmente alguém me irá respeitar, e eu serei ainda mais feliz, pois afinal o meu príncipe encantado é a própria morte.
Eu acredito que aqui como no mundo real tudo vai correr bem, um dia tudo tem um fim e isto vai acabar, sei disso. Nem sei porque chamo ao mundo em que todos vivemos de mundo real e a este não. Para mim isto é real, é muito mais real que esse lugar frio, cru e duro das outras pessoas. Eu gosto de aqui estar, é aqui que pertenço, é este o meu mundo, o único que conheço e acredito. Tantas dúvidas, medos e sonhos. Tudo em vão na imensidão deste mundo. Mas uma coisa eu sei aqui, isto é só meu, e só eu sei como vencer. Ninguém aqui vai entrar se eu assim não o desejar. Nada é humano aqui, nem eu, e agradeço por isso…


2º Prémio – Carina

O meu mundo real
é um pouco assustador
cheio de instabilidade social
e com falta de amor.

Guerra, crise e pobreza
é do que mais se ouve falar
e no meio de tanta tristeza
quase não há vontade de festejar

Mas nem tudo é tão horrível
neste mundo cheio de população,
pois a paz é  invencível
entre as pessoas de bom coração!

No entanto,
É de outro mundo que vou falar!
Um mundo cheio de encanto
e de sentimentos a transbordar .

Foi construído como um castelo de areia
feito com o entusiasmo de uma criança.
E vive sereno como uma sereia
longe do mundo da desconfiança!

O que passo a referir
é que o seu motor é o coração
e o alimento que não o deixa ruir
é a minha própria imaginação.
É um local bem quentinho
situado no fundo do meu ser
E dizem que, ali, tudo pode acontecer!
Entre sístoles e diástoles
há amor para oferecer
suporta algumas catástrofes,
mas é assim que tem de ser.

Esse mundo é, em suma,
um conjunto de pensamentos,
sonhos e grandes convicções
que deixa de fora ressentimentos,
mágoas e más recordações!

Dá-me força e faz-me lutar
para que os meus sonhos sigam
e um dia os consiga alcançar!

3º Prémio – Bárbara

O meu mundo não é cor de rosa, até gosto da cor ,mas não o suficiente para caracterizar o meu mundo como “cor de rosa”.
Para ser sincera, o meu mundo é constituído por paredes ou muros, como lhe quiserem chamar, a verdade é que devemos estar preparados para nos magoarmos, para sentirmos. Devemos baixar os nossos escudos protectores para sentir algo puro e esmagador, mas nem sempre é fácil.
Como o meu mundo é constituído por essas paredes, nem todas as pessoas conseguem entrar no meu mundo, a verdade é que só têm acesso aqueles em que eu confio verdadeiramente, aqueles que me conhecem na verdade, os que estão sempre presentes quando preciso apenas de um sorriso ou um abraço, aqueles que por muito mais que eu erre não me voltam as costas, seria o mais fácil, mas não o fazem.
Não sou perfeita, as imperfeições presentes em mim fazem com que seja eu e diferente de todos os outros, se fosse uma pessoa em que a perfeição estivesse presente seria aborrecido, não teria nada para aprender, não errava. Eu gosto de errar, é a maneira mais eficaz de aprender.
Mas como estava a dizer, os muros que rodeiam o meu mundo, são o meu escudo, precisamos de sentir e de nos magoarmos, no entanto nem sempre é fácil deixar que isso aconteça, para isso acontecer é preciso coragem para quebrar todas essas paredes. Aliás, eu acho que todos nós criamos essas paredes para nos protegermos.
As pessoas que estão do meu lado, pertencem ao mesmo mundo que eu, onde a amizade reina, o amor faz parte, o sorriso e as lágrimas jazem, um mundo onde todos os sentimentos existem. Podem ser poucas, mas isso para mim é indiferente, não me preocupo com a quantidade, mas sim com a qualidade. Posso ver o mundo lá fora, mas não é o mundo ao qual eu pertenço, eu pertenço a um mundo que não é um conto de fadas, não é cor de rosa, apenas é verdadeiro e sincero, por causa de todos os sentimentos, todas as pessoas presentes.
No entanto, o mundo lá fora é diferente e tão igual em algumas coisas e eu continuo a gostar dele, um mundo com todo o tipo de pessoas, falsas, verdadeiras, magoadas, sorridentes, tristes…Tudo faz parte.
Por agora, estou pronta para cair, pronta para rastejar de joelhos para conhecer tudo, pronta para curar e pronta para sentir, levem-me até lá. Mas será que algum dia vou pertencer ao mundo por trás da minha parede? Contudo, estou aqui e vou permanecer aqui, por um dia, por uma noite, por um momento, no meu mundo, onde não existem impossíveis.

Prémios atribuídos:

1º Prémio: Diciopédia Porto Editora 2010
2º Prémio: Dicionário Porto Editora
3º Prémio: Livros

Os restantes participantes receberam canetas e postits da Porto Editora    

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