sábado, 10 de novembro de 2012

Palavras da TERRA





  Desde tempos imemoriais que o homem aprendeu a”ler” a paisagem, adivinhou o tempo na forma das nuvens e na cor do mar, seguiu o rasto dos animais de caça, sondou a riqueza dos solos, procurou lugares propícios para se fixar. Ainda hoje a paisagem nos ensina a decifrar os seus sinais: as cores das estações do ano no Alentejo, o esforço humano que afeiçoou os socalcos do Douro as culturas de cada região, a pedra, o tipo de povoamento, as usanças comunitárias, os instrumentos agrícolas, as roupas de trabalho e de festa, o crescimento urbano. Por isso se diz que a paisagem é um livro aberto.
 A literatura é uma forma de paisagem.
 Mas nem por isso a geografia verdadeira lhe é indiferente. Muitos dos nossos autores escreveram sobre Portugal, e recrearam nas suas obras uma geografia literária tão colorida e variada como a outra. É o caso, por exemplo, de Camilo Castelo Branco que, apesar de nascido em Lisboa, pintou como nenhum outro a paisagem física e humana do Minho e de Trás-os- Montes. Em alguns casos, o perfil do autor chega a confundir-se com a sua região de origem: o estilo de Teixeira de Pascoaes é austero como as fragas do Marão; Aquilino Ribeiro é, como lhe chamou Óscar Lopes, “o épico em prosa da Beira”; os versos de Florbela são ardentes e sequiosos como a planície alentejana; a obra de Vitorino Nemésio, insular e cosmopolita, é atravessada pelos mitos da ilha perdida e da terra prometida.
   É desses contrastes que esta exposição pretende falar por imagens e por palavras. Tão diverso como o Norte e o Sul, as terras altas e as terras baixas, o litoral e o interior, é o retrato de Portugal que cada autor nos deixou – bucólico, sarcástico, nostálgico ou visionário. Ao ler os escritores portugueses, descubra nos seus livros a outra paisagem da sua terra.
                                                                                                                                                                                                 Clara Rocha

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desafios da Física e da Química


No passado dia 14 de Outubro, Felix Baumgartner, de 43 anos, subiu a 39 Km de altura, dentro de um balão de hélio e bateu os recordes de voo de balão tripulado a maior altura e maior salto em queda livre. A subida demorou cerca de 3 horas e a descida 9 minutos e 9 segundos, tendo estado em queda livre durante 4 minutos e 22 segundos. Atingiu uma velocidade máxima de 1342,8 Km/h, sendo o primeiro homem a bater a barreira do som em queda livre. Durante o salto, Felix perdeu o controlo na descida, tendo entrado em rotação em torno de si próprio, o que quase lhe provocou perda de consciência. Felix Baumgartner esteve durante 5 anos a treinar e a preparar-se para esta missão e utilizou um fato de um material próprio resistente a temperaturas compreendidas entre os 38 graus Celsius e os 68 graus negativos.

Dois vultos das "palavras", lado a lado,pela "terra" e pelo "mar"

        Está, ao longo do ano letivo, na biblioteca da ESAN, uma exposição sobre a produção literária de dois grandes vultos da literatura, da nossa cidade: Sophia de Mello Breyner e Eugénio de Andrade. Os alunos do Agrupamento têm, deste modo, oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos sobre estes dois autores que amavam a cultura e a literatura portuguesa e o conhecimento, em geral.    
       Tinham, para além destes aspetos, outros em comum, como a sabedoria e a humildade de quem sabe, viveram, embora em períodos diferentes, na cidade invicta: ela, durante a sua infância; ele desde a sua idade adulta até à morte.
Anabela Ferreira