1 de agosto de 1568
Querido Diário…

Sempre pensei que este estilo de vida fosse
um aspeto positivo na minha vida mas, agora, com o passar dos anos, as minhas
ideias começam a alterar-se um pouco. Conheço muitas pessoas sou muito bem
relacionado, mas, ao fim do dia, quando deito a cabeça na almofada, não tenho
ninguém. Ninguém para me aconchegar, para desabafar ou, simplesmente, para
ouvir.
Hoje, passados anos de desapego, e talvez
até de um pouco de desprezo pelas pessoas que realmente gostavam de mim,
arrependo-me. Arrependo-me de não lhes ter dado o devido valor, de não ter
constituído uma família. Graças a isso, hoje sou um solitário incapaz de amar,
com os pés já virados para a cova, sem ninguém, a não ser o meu fiel amigo, o
meu gato, que já me acompanha há muito tempo. Mas que posso eu fazer?!
Cátia Rodrigues – 12º LH1