segunda-feira, 12 de maio de 2025

"Histórias recontadas" na ESAN, no Dia do Agrupamento

No dia 8 de maio, a Biblioteca Escolar da Escola Secundária promoveu a atividade "Histórias Recontadas", um momento de criatividade literária que reuniu alunos do 9.º ano da Escola da Areosa, da Escola Nicolau Nasoni e também estudantes da ESAN.

A proposta era simples, mas desafiadora: recontar histórias a partir de clássicos da literatura portuguesa. Utilizando folhas danificadas dos romances “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, e “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett, os alunos foram convidados a criar novas narrativas com base em palavras previamente sublinhadas.

Cada grupo recebia uma folha com algumas palavras destacadas pela professora bibliotecária. Com esse ponto de partida, os alunos deixavam a sua imaginação fluir, dando vida a uma nova história. No final da sua participação, sublinhavam novas palavras numa outra página, desafiando assim o grupo seguinte a continuar a narrativa a partir dessas pistas.

O resultado foi uma construção colaborativa e criativa de uma história que se pode considerar surreal. Além de um exercício de escrita, “Histórias Recontadas” foi um convite à reinvenção dos clássicos, mostrando que, mesmo nas páginas gastas de um livro antigo, pode nascer algo surpreendentemente novo.

domingo, 11 de maio de 2025

História criada pelos alunos no Dia do Agrupamento

Aqui está a história produzida (as palavras a itálico foram as sublinhadas nos textos originais):

"Era uma vez, no ano de 1832, um homem chamado Zacarias, muito baixo, com óculos e grandes músculos. Zacarias caçava entre o arvoredo com túnica roxa e uma visão celeste.

Um dia, a nossa personagem alvejou em erro um russo com um cinto de coiro preto e umas mãos longas. O homem, em sofrimento, não parava de gritar, logo, com um lenço da mais escrupulosa brancura, Zacarias tapou-lhe a boca até que este morresse em silêncio. No fundo da floresta, escondido, estava outro russo que viu tudo, passou e desapareceu. Este outro indivíduo foi confessar publicamente o que tinha visto. Em resultado, Zacarias teve de ir a tribunal, onde o juiz afirmou que este era um dos seus casos mais difíceis.

- A minha história é esta: eu matei um russo, mas não sou um vilão – disse Zacarias

- Porquê? – questionou o juiz.

- Porque estes russos são KGB e preparavam um ataque a Portugal, não é assim? – disse Zacarias com convicção.

- Ora muito bem, de facto eles poderiam ter sido um perigo para Portugal e para o mundo. Peço votação para o culpado – disse o juiz.

Assim, Zacarias ganhou o caso e ilibou-se da prisão.

Se/ os anjos/ fossem melhores, não se perdia nada/ com paixões e asneiras.

Ao longo da vida, o tempo foi passando e as lágrimas que deitava por matar a minha irmã não paravam de escorrer pela minha cara.

- Oh Deus! – disse Zacarias friamente, enquanto arquejava após ter-se esfaqueado, de modo expressivo.

Horácio, irmão mais velho de Zacarias, estava muito melancólico pela perda do mancebo. Por causa das pandectas estabelecidas anteriormente, entraram em desacordo. Uma delas dizia: “Não se enfadem com o falecimento de parentes queridos.”