quarta-feira, 8 de março de 2023

Feliz dia da mulher!


 

«A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama
  E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração
 Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha
  Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são
  A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade
 Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher»

Mulher, de Ary dos Santos

 

segunda-feira, 6 de março de 2023

Poema do mês de março

 

Poema Ode à Paz, de Natália Correia


Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
 deixa passar a Vida!

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"

Autor do mês Biblioteca da ESAN - Natália Correia

Exposição de livros de Natália Correia




 

Simplesmente ela - poema para o Dia da Mulher

 

Simplesmente ela

A simplicidade, sim a simplicidade porque é no simples que ela sente.

Sente ao contemplar a imensidão e a grandeza do mar.

Sente ao caminhar em espaços verdes com o cheiro a terra molhada.

Sente no ser e no fazer.

Ela, menina sentia.

Ela, mulher sente.

Ela sente com toda a intensidade e não tem medo de sentir.

Ela sabe que sentir com simplicidade é amar.

 

 Ana Luísa Silva (Professora da EB Antas)

(29 de janeiro de 2023)

quarta-feira, 1 de março de 2023

Concurso Nacional de Leitura

 No dia 28 de fevereiro, decorreu a 16ª edição do Concurso Nacional de Leitura- Fase Municipal. De manhã, os alunos realizaram as provas escritas nas suas escolas e de tarde deslocaram-se à Biblioteca Municipal Almeida Garrett para a prova oral. A aluna Clara Simães, da EB das Antas, ficou apurada para a fase intermunicipal. 

 


Muitos parabéns à Clara e a todos os outros participantes: Henrique Cruz, EB Antas; Rafaela Esmeraldo, EB Montebello; Nathan Miranda, EB Montebello; Maria Beatriz Barbosa, EB Areosa; Rui Macedo, EB Areosa; Duarte Peixoto, EB Areosa; Adriana Couto, EB Areosa; Jenifer Cardoso, EB Nasoni; João Lopes, EB Nasoni; Bruno Gomes, EB Nasoni; Beatriz Simões, EB Nasoni; Linda Silva, ESAN e Leonor Mota, ESAN.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Café Filosófico

 Na véspera de S. Valentim, os alunos do 10⁰LH2 foram convidados a refletir e a formular argumentos e contra-argumentos sobre o Amor. A sessão decorreu sob a forma de um Café Filosófico que resultou de uma articulação entre a Biblioteca Escolar e a disciplina de Filosofia.




segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Autor do mês Biblioteca da ESAN - Eugénio de Andrade

                        
           



 

Poema do mês de fevereiro

URGENTEMENTE
É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade, As Palavras Interditas – Até Amanhã