terça-feira, 1 de julho de 2025

Diagnóstico da fluência leitora no 2.º ano de escolaridade





Durante os dias 11, 12 e 13 de junho, os alunos do 2.º ano de escolaridade do nosso Agrupamento participaram no diagnóstico de fluência leitora, uma iniciativa do Ministério da Educação, Ciência e Inovação. Esta avaliação foi realizada individualmente pelos docentes titulares de turma, com o objetivo de acompanhar e apoiar o desenvolvimento da leitura dos nossos alunos.
Enquanto decorria o diagnóstico, as bibliotecas escolares desempenharam um papel fundamental, promovendo atividades lúdicas e pedagógicas de leitura. As professoras bibliotecárias Carmen Bela e Maria José Vilas Boas dinamizaram sessões criativas e envolventes,a partir das obras: Meninos de Todas as Cores, de Luísa Ducla Soares e  A Casa da Mosca Fosca de Eva Mejuto, como a leituras dramatizadas, realização de ilustrações inspiradas nas histórias ou a reconstrução da ordem de várias narrativas a partir de tiras.
Estas atividades não só proporcionaram momentos de prazer e envolvimento com os livros, como também contribuíram para reforçar competências de leitura e interpretação, num ambiente descontraído e motivador.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

“Camões, Engenho e Arte”

Chegou ao fim a atividade “Camões, Engenho e Arte” (2025) – um programa de comemorações dos 500 anos do Nascimento de Camões, realizado a partir da Biblioteca Escolar da ESAN. Ao longo do ano letivo, enchemos as quartas-feiras de poesia, ritmo e partilhas inesperadas. 


Ao longo do ano, foram ditos, pelo professor António Domingos, catorze poemas de Luís de Camões:

·                     “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”

·                     “Erros meus, má fortuna, amor ardente”

·                     “Verdes são os campos“

·                     “Endechas a Bárbara escrava“

·                    
“Amor é fogo que arde sem se ver“

·                     “Descalça vai para a fonte“

·                     “Busque Amor novas artes, novo engenho“

·                     “De que me serve fugir“

·                     “Tanto de meu estado me acho incerto“

·                     “Coitado! que em um tempo choro e rio“

·                     “Julga-me a gente toda por perdido“

·                     “No mundo quis o Tempo que se achasse“

·                     “O tempo acaba o ano, o mês e a hora“

segunda-feira, 12 de maio de 2025

"Histórias recontadas" na ESAN, no Dia do Agrupamento

No dia 8 de maio, a Biblioteca Escolar da Escola Secundária promoveu a atividade "Histórias Recontadas", um momento de criatividade literária que reuniu alunos do 9.º ano da Escola da Areosa, da Escola Nicolau Nasoni e também estudantes da ESAN.

A proposta era simples, mas desafiadora: recontar histórias a partir de clássicos da literatura portuguesa. Utilizando folhas danificadas dos romances “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, e “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett, os alunos foram convidados a criar novas narrativas com base em palavras previamente sublinhadas.

Cada grupo recebia uma folha com algumas palavras destacadas pela professora bibliotecária. Com esse ponto de partida, os alunos deixavam a sua imaginação fluir, dando vida a uma nova história. No final da sua participação, sublinhavam novas palavras numa outra página, desafiando assim o grupo seguinte a continuar a narrativa a partir dessas pistas.

O resultado foi uma construção colaborativa e criativa de uma história que se pode considerar surreal. Além de um exercício de escrita, “Histórias Recontadas” foi um convite à reinvenção dos clássicos, mostrando que, mesmo nas páginas gastas de um livro antigo, pode nascer algo surpreendentemente novo.

domingo, 11 de maio de 2025

História criada pelos alunos no Dia do Agrupamento

Aqui está a história produzida (as palavras a itálico foram as sublinhadas nos textos originais):

"Era uma vez, no ano de 1832, um homem chamado Zacarias, muito baixo, com óculos e grandes músculos. Zacarias caçava entre o arvoredo com túnica roxa e uma visão celeste.

Um dia, a nossa personagem alvejou em erro um russo com um cinto de coiro preto e umas mãos longas. O homem, em sofrimento, não parava de gritar, logo, com um lenço da mais escrupulosa brancura, Zacarias tapou-lhe a boca até que este morresse em silêncio. No fundo da floresta, escondido, estava outro russo que viu tudo, passou e desapareceu. Este outro indivíduo foi confessar publicamente o que tinha visto. Em resultado, Zacarias teve de ir a tribunal, onde o juiz afirmou que este era um dos seus casos mais difíceis.

- A minha história é esta: eu matei um russo, mas não sou um vilão – disse Zacarias

- Porquê? – questionou o juiz.

- Porque estes russos são KGB e preparavam um ataque a Portugal, não é assim? – disse Zacarias com convicção.

- Ora muito bem, de facto eles poderiam ter sido um perigo para Portugal e para o mundo. Peço votação para o culpado – disse o juiz.

Assim, Zacarias ganhou o caso e ilibou-se da prisão.

Se/ os anjos/ fossem melhores, não se perdia nada/ com paixões e asneiras.

Ao longo da vida, o tempo foi passando e as lágrimas que deitava por matar a minha irmã não paravam de escorrer pela minha cara.

- Oh Deus! – disse Zacarias friamente, enquanto arquejava após ter-se esfaqueado, de modo expressivo.

Horácio, irmão mais velho de Zacarias, estava muito melancólico pela perda do mancebo. Por causa das pandectas estabelecidas anteriormente, entraram em desacordo. Uma delas dizia: “Não se enfadem com o falecimento de parentes queridos.”

terça-feira, 22 de abril de 2025


 

Poema do mês de abril/maio

 

São Leonardo da Galafura

 

À proa dum navio de penedos,

A navegar num doce mar de mosto,

Capitão no seu posto

De comando,

S. Leonardo vai sulcando

As ondas

Da eternidade,

Sem pressa de chegar ao seu destino.

Ancorado e feliz no cais humano,

É num antecipado desengano

Que ruma em direcção ao cais divino.

 

Lá não terá socalcos

Nem vinhedos

Na menina dos olhos deslumbrados;

Doiros desaguados

Serão charcos de luz

Envelhecida;

Rasos, todos os montes

Deixarão prolongar os horizontes

Até onde se extinga a cor da vida.

 

Por isso, é devagar que se aproxima

Da bem-aventurança.

É lentamente que o rabelo avança

Debaixo dos seus pés de marinheiro.

E cada hora a mais que gasta no caminho

É um sorvo a mais de cheiro

A terra e a rosmaninho!


Miguel Torga